O presidente da Argentina, Javier Milei, declarou que tempos melhores chegaram para o país. Apesar dos desafios econômicos e geopolíticos, o líder argentino afirmou que o país está entrando em um período de recuperação, com a economia nacional crescendo de forma consistente e o salário mínimo quase quadruplicando.

Nas palavras de Milei, “a economia da Argentina superou tempos difíceis” e agora demonstra resiliência. Recentemente, o presidente refletiu sobre seu primeiro ano no cargo, destacando que o país está emergindo de uma crise profunda e iniciando um caminho de recuperação e esperança, mesmo diante das adversidades.

Durante sua campanha em 2023, Milei ganhou o apelido de “Presidente Motosserra” ao usar uma serra elétrica como símbolo de sua promessa de cortar gastos públicos e combater a inflação. Segundo ele, os primeiros resultados de suas políticas são encorajadores, e ele acredita que “o futuro só vai melhorar”.

O presidente agradeceu a confiança dos cidadãos, ressaltando que a situação econômica da Argentina está se fortalecendo. Ele destacou o aumento do salário mínimo de US$ 300 para US$ 1.100 como um marco. “Tempos felizes estão chegando à Argentina”, declarou Milei.

Ao assumir o cargo no final de 2023, Milei alertou que as condições poderiam piorar antes de melhorar. Seu governo implementou medidas como a desvalorização do peso e políticas econômicas radicais, que, embora focadas em recuperação, levaram a um aumento da pobreza, quase dobrando de 9,6% para 17,5%.

Inicialmente, Milei prometeu fechar o Banco Central e dolarizar a economia argentina, mas posteriormente revisou sua estratégia. Apesar de seu discurso inicial mais radical, ele precisou ajustar suas propostas para negociar com atores políticos tradicionais, assegurar apoio legislativo e garantir governabilidade. Guillermo Francos, chefe de gabinete da Argentina, observou que Milei enfrenta dificuldades para lidar com a política nacional devido à sua falta de experiência no tema.

A política externa de Milei também encontrou desafios. Patricio Giusto, diretor do think tank Observatório China-Argentina, avaliou que o primeiro ano do presidente foi marcado por uma abordagem “ideológica e insuficientemente pragmática”. A decisão de retirar a Argentina do BRICS foi justificada como um esforço para se afastar de alianças consideradas ideológicas. No entanto, o analista argumenta que essa escolha pode restringir as oportunidades econômicas e diplomáticas do país em mercados emergentes.

Embora Milei celebre avanços iniciais em seu governo, os desafios estruturais da Argentina, combinados com uma política externa controversa e dificuldades na gestão política interna, devem influenciar significativamente os próximos anos de sua administração.